segunda-feira, 24 de abril de 2017

Resolvendo o Caos na saúde pública brasileira

                                Sistema Único de Saúde, um problema prático

                                                        Diogo L. Brandão

 O texto abordará uma teoria para solucionar o problema do Caos que se instaurou na saúde pública brasileira através de uma medida simples de estratégia.
Palavras-chave: Demora para ser atendido, Problema do Sistema Único de Saúde, Arranjo Alveolar, Caos da Saúde.


1- Introdução

 O presente documento é uma teoria simplificada sugerida para resolver o problema na saúde pública brasileira mudando-se apenas a estratégia dos atendimentos. O documento apresenta múltiplos trechos de várias obras literárias e de pesquisa publicadas em livros e periódicos citadas nas fontes que finalizam o texto.
 O texto abordará uma teoria para solucionar o problema do Caos que se instaurou na saúde pública brasileira através de uma medida simples usando o básico entendimento sobre a estruturação matemática do desenvolvimento biológico  para auto organizar múltiplos sistemas encontradas na natureza.


2- A saúde brasileira?

 De acordo com a pesquisa realizada entre 3 a 19 de novembro de 2010, em todos os Estados do país através do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o maior problema do Sistema Único de Saúde (SUS) é a falta de médicos. Essa questão foi apontada por 58,1% dos entrevistados. Em segundo lugar ficou a "demora para ser atendido nos centros de saúde...”.

 Em relação a "Falta de médicos" nos serviços públicos 
Em 2012, o governo federal gastou 44 % do Orçamento da União para pagar juros da dívida pública, enquanto a Saúde recebeu apenas 4,17%. Eis a explicação para as péssimas estruturas da rede de saúde e as condições desfavoráveis para que os médicos optem pela carreira privada em detrimento da pública: a falta de prioridade. (Leticia Hastenreiter, 2013)

 Atualmente os serviços públicos de saúde no Brasil estão trabalhando sobrecarregados de atendimentos, ao que se deve isso?
"A dificuldade no acesso e a ineficácia dos serviços prestados na Atenção Primária têm contribuído cada vez mais para a superlotação dos hospitais públicos, onde milhares de brasileiros padecem nas filas, mendigando por uma simples consulta, um exame diagnóstico ou uma cirurgia eletiva²".

 O atravancamento nos serviços da Atenção Primária no país tem feito o governo federal gastar cada vez mais com a população brasileira nos setores da atenção secundária voltada para centros de especialidades Serviços de apoio Diagnóstico Terapêutico SADT resolvendo 15% dos problemas e terciária que está voltada ao assistencialismo Hospitalar resolvendo apenas 5% dos problemas.

 O Ministério da Saúde informou que os recursos destinados à rede pública mais que triplicaram nos últimos 11 anos, passando de R$ 27,2 bilhões em 2003 para R$ 91,6 bilhões em 2014 (Griesinger, 2014).
 A saúde é um dos principais setores da economia do país. Dessa forma, suas ineficiências representam um considerável desperdício no consumo de recursos financeiros nacionais.  A OMS estima que os desperdícios correspondam a algo entre 20% e 40% de todos os gastos com a saúde (Pedroso e Malik, 2011).
 Outro fator agravante a esta “crise na saúde” se deve ao envelhecimento da população brasileira, representando cerca de 15% ou seja 40 milhões pessoas (IBGE, 2004) e o estilo de vida, tem levado a um aumento na procura dos serviços de saúde. Segundo dados (IBGE, 2010) 59,5 milhões de pessoas afirmam ter pelo menos uma doença crônica, existe atribuída a elas uma forte ligação ao estilo de vida sendo elas: tabagismo, sedentarismo, sobrepeso, alcoolismo, drogas, alimentação inadequada e entre outros fatores de riscos.  Ainda assim, mesmo que a pessoa portadora de algum problema de saúde faça suas visitas periódicas com o seu médico, ela ainda, em sua grande maioria, enfrentará problemas para conseguir controlar seu desequilíbrio orgânico, “entre 60% a 65% dos portadores de hipertensão arterial, hipercolesterolemia e diabetes não estão controlados” (ROUMIE et al., 2006), isto se deve ao intervalo muito extenso de tempo que leva entre uma consulta e outra, fazendo com que a pessoa passe muito tempo sem acompanhamento médico.

 A teoria que este documento oferece oportuniza resolver o problema da alta demanda de pessoas, trazendo melhor qualidade de vida ao paciente, o que melhorará na prevenção e evolução das doenças do paciente.

 Na prática os problemas na saúde brasileira são variados e aqui iremos focar a mudança apenas nas estratégias do funcionamento da unidade de atenção primaria de saúde apenas re-arranjando o fluxo de atendimento das unidades. Este re-arranjo denominaremos "Arranjo Alveolar" em homenagem aos pulmões, que possui uma intrincada e ramificada estrutura, responsável por efetuar as trocas gasosas, fornecendo ao organismo substrato energético essencial para a manutenção da vida. Foi assim pensado pois é a melhor forma que a natureza durante vários milhões de anos evolutivos encontrou para organizar, absorver, distribuir e fornecer energia no meio ambiente em quantidades suficientes para diversos graus e dimensões de sistemas. O arranjo dos alvéolos pulmonares pode ser encontrado em diversas outras estruturas naturais com funções e formações diferentes porem atendendo o mesmo propósito.

 Em relação ás comorbidades crônicas a mais frequente na atenção primaria de saúde são Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM), Obesidade e Dislipidemia (DLP).
 Entre essas doenças, as cardiovasculares constituem a grande maioria delas, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) a mais prevalente, aumentando progressivamente com a idade (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006). A HAS apresenta-se como um dos problemas de saúde de maior prevalência na atualidade e, em especial, nos mais idosos (ZAITUNE et al., 2006).
 Diabetes melittus (DM) e hipertensão arterial (HA) atingem, respectivamente, 6,3% e 23,3% dos adultos brasileiros (BRASIL, 2011d). No Brasil, essas doenças representam a primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, sendo apontadas como responsáveis por mais da metade dos diagnósticos primários em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à dialise no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro (OPAS,2010).
 O DM vem aumentando sua importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. A prevalência de DM nos países da América Central e do Sul foi estimada em 26,4 milhões de pessoas e projetada para 40 milhões, em 2030.
 Dados recentes do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011d) apontam que 52,6% dos homens e 44,7% das mulheres com mais de 18 anos estão acima do peso ideal. A  Organização Mundial da Saúde (WHO, 2003) estimou que o excesso de peso é responsável por 58% da carga de doença relativa ao diabetes tipo II, 39% da doença hipertensiva, 21% do infarto do miocárdio, 12% do câncer de cólon e reto 7 e 8% do câncer de mama e responde diretamente por parcela significativa do custo do sistema de saúde nos países.
 A grande maioria dos pacientes que abastecem a atenção primária na saúde são portadores destas comorbidades crônicas e realizam consultas periódicas para a manutenção e prevenção do agravo da doença.

 2.1 – O Arranjo Alveolar

 O Arranjo Alveolar significa transformar e priorizar as consultas médicas individual em consultas coletivas, ou seja em grupos com determinadas quantidades de pacientes divididos por tipos de comorbidades crônicas.
 A consulta médica está atualmente padronizada e priorizando há muito tempo no privativo sendo que desta forma, nas conjecturas atuais da saúde pública brasileira, ocupa muito tempo desperdiçando-o e contribuindo para o agravo do caos do problema na saúde.  Assim sendo teremos que pensar em estratégias mais incisivas fazendo com que as unidades de saúde ditem as regras de funcionamento para a população e não ao contrario e que vem ocorrendo na atualidade, devido ao individualismo das consultas os pacientes pensam em resolver seus próprios problemas sendo que na maioria das vezes é o mesmo para as outras que irão se consultar com o médico naquele dia de agendamento. As consultas individuais continuarão existindo porém as atividades em grupos deverão ser a prioridade do momento fazendo com que o acompanhamento e tratamento das doenças nas unidades consigam acomodar e se estender para maiores quantidades de pessoas utilizando melhor o tempo nas unidades de saúde, diminuindo o tempo de espera para as consultas e fazendo com que os pacientes sejam assistidos com mais frequência.

Fig a.: Na imagem mostra como seria o Arranjo Alveolar na prática.


2.3- Conclusão

 A situação atual em que se encontra a saúde pública no Brasil implica tomar estratégias diferentes das atuais com a finalidade de buscar resolutivas mais incisivas que permitam com que o Sistema Único de Saúde (SUS) consiga funcionar de forma adequada. Os problemas do SUS são variados, porém se estendermos os “leques” dos problemas será difícil de encontrar uma solução a curto prazo.
Uma das principais queixas dos pacientes é o problema no tempo da demora para se conseguir consultar com o médico e agravado pelo número crescente de pessoas que necessitam de cuidados com a saúde, os problemas de saúde na grande maioria da população que buscam os serviços de saúde pública são de determinados grupos de doenças prevalentes como HAS, DLP, DM-2 e compartilham as mesmas similaridades de acompanhamento, evolução e tratamento podendo os pacientes serem agrupados em atendimentos coletivos de mesmas doenças onde se empregariam protocolos que horizontariam os serviços oferecidos a estes doentes crônicos.
Estes serviços de atendimentos em atenção primária modificados priorizará o coletivo separando por grupos de doenças adquiridas, esta modificação recebe o nome de Arranjo Alveolar onde a curto prazo multiplicaria os atendimentos de todas as Unidades de Atenção Primária em Saúde sem necessitar de nenhum gasto da verba federal e conseguiria fazer o  acompanhamento mais frequência, melhorando a qualidade de vida, diminuindo o número de hospitalizações, evitando a progressão da doença atual e prevenindo de adquirir novos problemas de saúde.





3- Bibliografia:

3 PortalSaúde.saude.gov.br
4 Oabce.org.br
12 http://sindmepa.org.br/medicos-da-esf-pedem-mais-estrutura-e-isonomia-salarial/
13 GONCALVES, Rebeca Jesumary; SOARES, Roberta de Almeida; TROLL, Thaís and CYRINO, Eliana Goldfarb. Ser médico no PSF: formação acadêmica, perspectivas e trabalho cotidiano. Rev. bras. educ. med. [online]. 2009, vol.33, n.3, pp. 382-392. ISSN 0100-5502.